OCEANA LANÇA UM VISOR INTERATIVO COM IMAGENS INÉDITAS DO BANCO DE GORRINGE
Inclui uma seleção de fotografias e vídeos tirados até 500 metros de profundidade num dos enclaves submarinos mais valiosos de Portugal .
A Oceana criou um visor interativo com as imagens mais interessantes do Banco de Gorringe, um grupo de elevações submarinas ao sudoeste de Portugal. O visor, disponível no Google Earth, inclui quase cinquenta fotografias e vídeos do robot submarino (ROV), realizados a profundidades até 500 metros e, em grande parte, inéditos. O projeto foi realizado graças ao apoio da Foundation for the Third Millennium.
“O Banco de Gorringe é único pela sua enorme biodiversidade, com espécies próprias do Atlântico e do Mediterrâneo, de superfície e de grandes profundidades. Trata-se de uma das jóias submarinas de Portugal e de todo o Atlântico Nordeste, ainda que apenas conhecido do grande público. Com estas imagens pretendemos apoiar os passos que o Governo português está a dar no sentido da sua conservação”, explica Ricardo Aguilar, diretor de investigação da Oceana na Europa.
Nos vídeos, podem ser vistos espetaculares bosques de algas com gorgónias vermelhas e também espécies que raramente foram filmadas, como a raia Dipturus oxyrhinchus. Foram observados os comportamentos animais, como um caranguejo de profundidade a carregar um pedaço de esponja, um congro e uma morena que partilham uma caverna ou o peculiar modo de se mover do Centrodraco acanthopoma, um peixe caraterístico de Gorringe. Além disso, existem imagens de ecosistemas marinhos vulneráveis, como os formados por esponjas dos géneros Geodia e Pheronema, e os de gorgónias Callogorgia verticillata.
A realização do mapa interativo foi possível depois de rever mais de 60 horas de gravações realizadas nas expedições da Oceana, em alguns casos com investigadores científicos da Universidad do Algarve. A maioria dos vídeos foram realizados nas elevações principais do Banco de Gorringe, nos picos de Gettysburg e de Ormonde. No total, a organização internacional de conservação marinha documentou a presença de mais de 350 espécies.
“O material que recolhemos foi colocado à disposição das autoridades e investigadores científicos portugueses para contribuir para os conhecimentos que existem sobre o Banco de Gorringe, já que há ainda muito por explorar na zona. Contudo, a informação que existe é suficiente para promover a sua proteção e mostra que as montanhas submarinas são grandes polos de biodiversidade”, acrescenta Helena Álvarez, investigadora científica marinha de Oceana.
Visor no Google Earth e vídeo de demonstração
Mais informação: Banco do Gorringe